Sobre a aprovação do aborto na Argentina

Foi aprovado na madrugada de ontem o crime do aborto em nossa nação vizinha. Um projeto
semelhante foi negado pela mesma Câmara de Senadores em agosto de 2018. Se os senadores
não deixaram o aborto passar da outra vez, por que aconteceu agora?

Em dezembro de 2019, Alberto Fernández assumiu a presidência e, com ele, metade
da Câmara dos Deputados e um terço dos Senadores foram renovados. Devido à crise
sanitária deste ano, a economia argentina sofreu um grande impacto, pelo estrito isolamento que
impuseram ao povo. Para encerrar o ano com uma vitória política e obedecendo às imposições
internacionais, a Secretária Técnica e Jurídica da Presidência elaborou a lei que ontem
recebeu sua aprovação final no Parlamento argentino.

Uma pesquisa da Universidade do Norte Santo Tomás de Aquino (UNSTA) afirmou que 93%
dos argentinos são contra o projeto de legalização do aborto. O problema fundamental é que
o mais essencial da Pátria (defesa da vida nascente) não pode estar sujeito às pressões de uma
minoria.

Como se vê, os interesses dos dirigentes dos partidos políticos não representam a
maioria do povo argentino, que não quer o assassinato pré-natal. Nessa maioria, há que se
destacar os profissionais de saúde, que, após a sanção dessa lei, estarão privados da sua
objeção de consciência sob pena de infringir a lei. Atrás das eleições, a pressão de grupos e
fundações internacionais foi notada e Alberto Fernández cumpriu rigorosamente uma promessa de
campanha presidencial.


A Argentina é signatária de Tratados Internacionais dos quais se entende por criança

todo ser humano desde o momento da concepção, como a Convenção São José de Costa Rica
(1969) e a Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança (1989).

Os legisladores que se opuseram ao aborto certamente demandarão o Poder Judiciário
para declarar a inconstitucionalidade da lei aprovada na madrugada de ontem.

O que nós podemos fazer diante de tal aprovação? Acima de tudo, devemos formar a
consciência das pessoas sobre o valor da vida humana desde sua concepção, expressando nosso
desacordo com a aprovação atual. Devemos, enfim, travar todas e cada uma das batalhas
necessárias para defender a vida humana, em todas as suas etapas de existência. Matar um
inocente nunca pode se converter em direito. Mesmo entre as pessoas que afirmam ser próaborto, muitas não viram o horror do que representam. Aqui está a nossa urgência.

Movimento Nacional Cidadania pela Vida – Brasil sem Aborto.
Brasília, 31 de dezembro de 2020.

 

Nota sobre a aprovação do aborto na Argentina

Navegar